*** ATUALIZAÇÃO *** De 25 de julho a 2 de agosto de 2023 ficarão abertas as inscrições da próxima edição do Programa de Convite ao Japão para os Descendentes de Japoneses da América Latina e do Caribe para residentes da jurisdição do Consulado de São Paulo. Para mais informações: clique aqui

Depois de passar por várias etapas de um processo seletivo bastante concorrido, a jornalista Kátia Kishi foi escolhida para compor o grupo de jovens nikkeis que participou da edição de 2018 do Programa de Convite ao Japão para Descendentes das Américas Latina e do Caribe, promovido todos os anos pelo Ministério de Negócios Estrangeiros do Japão (MOFA – Ministry of Foreign Affairs).

Kátia, outros quatro brasileiros, uma peruana, um boliviano, uma argentina, uma dominicana e um mexicano seguiram um cronograma de atividades intenso, que incluiu encontros com autoridades do governo japonês – e até mesmo com membros da família imperial! O objetivo do programa de uma semana é de aumentar a compreensão das políticas japonesas nos países onde a comunidade de descendentes é numerosa, tendo como ponte os próprios nikkeis.

A jornalista foi escolhida depois de 6 (SEIS) tentativas – ou seja, ela vem se inscrevendo ininterruptamente desde que saiu o primeiro edital do programa. Aos interessados, os editais são abertos em julho e em novembro e são divulgados pelos site da Embaixada. Os participantes não têm despesas com a viagem, mas devem assumir o compromisso de divulgar amplamente suas experiências e aprendizados ao retornar a seus países.

Kátia me contou com exclusividade detalhes da sua viagem, que aconteceu em janeiro de 2018:

Qual foi o momento mais especial dessa semana no Japão, participando de uma agenda tão intensa?

É bem complicado escolher apenas um momento. Apesar de ter sido só uma semana, a agenda do programa foi tão cheia que pareceu 15 dias de atividades. Para ser mais justa, acho que os momentos mais marcantes foram os encontros com autoridades e especialistas, sendo essa a premissa do edital. Algumas pessoas podem ler o nome do “Programa de Convite ao Japão para os Descendentes de Japoneses da América Latina e do Caribe” e considerar que é apenas uma viagem de turismo, mas não, desde o início o edital se mostra voltado para pessoas que se interessam pela política e relação diplomática com os países dos bolsistas selecionados, com atuação dentro da comunidade, motivo para até mesmo a vivência cultural ficar em segundo plano durante o programa.

Desses encontros, acho legal mencionar alguns e porquê eles foram tão marcantes para mim. Uma das visitas de cortesia que tivemos foi com o parlamentar e vice-ministro do MOFA (Ministry of Foreign Affairs), Mitsunari Okamoto, pois fiquei surpresa com tamanha receptividade de uma figura política que realmente parecia se importar com nossas opiniões e pontos de vista sobre as relações bilaterais do Japão com nossos países de origem, ele anotava essas sugestões e fazia perguntas direcionadas segundo nossas atuações na comunidade nipônica. Fiquei muito feliz que ele elogiou a precisão do nome do nosso canal, Zatsudan Now!, com a proposta de apresentar diferentes elementos do Japão de forma descontraído; nome, aliás, batizado e incentivado por uma de minhas professoras de japonês Ayako Akamine.

Reunião com Mitsunari Okamoto, vice-ministro do MOFA (Ministry of Foreign Affairs)

Okamoto ainda nos questionou sobre como engajar mais jovens a se interessarem pelo Japão, seja por conta de negócios, cultura, língua ou estudos. Nesse tema, lembro que mencionei a necessidade das produtoras japonesas se abrirem mais às plataformas de streaming ocidentais, permitindo que mais jovens tenha contato, legalmente, a esses conteúdos de cultura popular que podem motivar aos estudos da língua e, quem sabe futuramente, em intercâmbios de estudos e negócios com o Japão. Somente ano passado (2017) que o Spotify inaugurou no Brasil a categoria de J-tracks para quem se interessa por músicas em japonês, por exemplo.

Outro encontro importante foi com deputado e chefe de gabinete do primeiro ministro, Kotaro Nogami. Apesar do encontro ter sido bem protocolado e rápido, ressaltou a importância da América Latina para o Japão, principalmente por agregar tantos descendentes de japonesas que são vistos como uma ponte de comunicação entre os países, como vemos em diversas atividades de parcerias nas publicações do “We are Tomodachi”, inclusive esse programa que participei.

Encontro do grupo com Kotaro Nogami, chefe de gabinete do primeiro-ministro do Japão

Vale mencionar o jantar oferecido pelo diretor do escritório da América Latina e Caribe do MOFA e que já foi Cônsul Geral do Consulado de São Paulo, Takahiro Nakamae. Além de ser um encontro bem mais descontraído, foram convidados diversas autoridades de países diferentes, como embaixadores e seus representantes. Nesse encontro também estiveram presentes a Prit e o Logan do canal “Japão nosso de cada dia”, mostrando como a comunicação nas redes sociais da cultura japonesa vem sendo valorizado pelo governo japonês.

Por último, tenho que mencionar o encontro com o embaixador André Aranha Corrêa Lago, o conselheiro Lincoln Bernardes Jr e o secretário de Ciência e Tecnologia Paulo Viana na Embaixada do Brasil em Tóquio. A atividade estava fora do nosso programa original e aconteceu de noite em um encaixe de horário. O embaixador fez questão do encontro com os brasileiros, já que ele teria que se ausentar no jantar oferecido por Nakamae, sendo que a visita foi importante para tirarmos dúvidas sobre as atividades da embaixada, principalmente com a comunidade nikkei que vive no Brasil e no Japão. Em um vídeo do canal, relatei alguns dos temas abordados nesse encontro.

Você tem um canal no Youtube, o Zatsudan Now. Ter participado do programa mudou de alguma forma como você quer promover o Japão daqui por diante?

Com certeza! O canal é super recente, inauguramos ele em outubro do ano passado, então acredito que o reconhecimento de nossa proposta nos incentivou a continuar produzindo os conteúdos, mesmo com nossas rotinas super corridas. Reconhecimento que foi conquistado em equipe, já que a nossa diretora, editora e uma das criadoras do canal, a publicitária Marina Colletti, ajudou em todo processo seletivo para que eu apresentasse da melhor forma possível a nossa proposta de comunicação, que não foca apenas em divulgar a cultura popular japonesa, mas também apresentar experiência de intercâmbio entre brasileiros e japoneses e outros temas, lembrando que um dos nossos atuais apresentadores é o Takuya Nashimoto, intercambista japonês de letras na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que colabora nessa proposta.

Além desse incentivo, uma das mudanças para a construção das pautas é que temos um caminho mais claro sobre onde buscar informações e que os consulados e embaixadas do Japão no Brasil e do Brasil no Japão estão abertos a nos ajudar e sanar possíveis dúvidas para apurarmos nossas pautas.

Como foi a experiência de conviver com nikkeis de outros países, como Argentina, Peru e Bolívia? Percebeu grandes similaridades ou grandes diferenças com os descendentes brasileiros?

O intercâmbio é sempre uma das partes mais importantes do programa. Temos muita similaridades com nossos vizinhos, principalmente históricas, já que todos são descendentes de japoneses que imigraram para a América Latina e Caribe e sofreram repressões dentro de seus novos países, em especial durante a Segunda Guerra Mundial, quando isseis e seus descendentes eram vistos como inimigos. Revimos isso na nossa visita ao Museu da Migração Japonesa ao Exterior da JICA em Yokohama, onde se conta a história, adaptações e também como imigrantes perderam diversos direitos, aqui no Brasil vivenciamos isso no nacionalismo da Era Vargas com a proibição de escolas japonesas e uso da língua estrangeiras que abriu espaço para a desconfiança e geração de Fake News sobre a Segunda Guerra Mundial, colocando vários nikkeis contra si mesmos conforme retrata o livro e filme Corações Sujos. Outro exemplo de repressão nos nossos vizinhos aconteceu no Peru, onde alguns peruanos descendentes de japoneses foram enviados para campos de concentração nos Estados Unidos por serem considerados inimigos, além de diversos outros desafios.

Mesmo com essas similaridades, há diferenças de atuação e adaptação das comunidades até mesmo no Brasil. Cada realidade em uma região é diferente e se manifesta até mesmo nas comidas, como conta uma matéria recente da BBC. Acredito que esse intercâmbio fortalece e inspira outras ações dentro da comunidade ao vermos o que acontece em outros lugares, por exemplo, o bolsista mexicano Taro Zorilla levou uma versão preliminar do livro que está organizando sobre a história da imigração japonesa para o México, mostrando como o resgate histórico é importante para fortalecer a comunidade.

O que mais te surpreendeu no país?

Acho que o que mais me surpreendeu foi nossa visita à província de Fukushima em todos os aspectos, como a receptividade dos japoneses, alegria em saber que nos interessamos pela província e, principalmente, pela beleza das vilas na época do ano que as visitamos. Em Fukushima vi pela primeira vez neve. Não tinha essa vontade de conhecer a neve, estava mais preocupada com o frio que sentiria lá, mas fiquei boquiaberta ao ver como essas vilas ficam lindas cobertas de neve.

Falando sobre a receptividade e alegria dos japoneses, quando visitamos a escola primária Oizumi até mesmo as crianças que almoçamos junto se interessaram em saber mais sobre nossas histórias de vida e motivos para nossos pais, avós e bisavós terem migrado do Japão em busca de novas oportunidades na América.

Almoço com crianças da escola primária Oizumi

Como foi o contato com o príncipe Akishino e a princesa Kiko?

Pela agenda cheia da Família Imperial Japonesa, o encontro nunca é uma certeza, mas tivemos a honra de sermos recebidos por eles no Palácio Imperial de Tóquio. O encontro foi cronometrado e protocolar, sem negar a boa receptividade japonesa que nos serviu com suco e doces típicos.

Antes do encontro, ensaiamos nossos lugares e como seríamos cumprimentados. A propósito, os príncipes apertaram as mãos de todos os bolsistas e nossas guias comentaram que os funcionários do palácio ficam surpresos com esse gesto e aproximação dos costumes ocidentais, já que mesmo com grandes autoridades japonesas o cumprimento é a tradicional reverência.

Após essa apresentação, nosso colega brasileiro de Londrina, Luciano Matsumoto, teve a honra de discursar em nome de todos sobre a importância desse encontro e como a comunidade nipo-brasileira se alegra das visitas e valorização da Família Imperial na América Latina.

Após essa fala, fomos divididos em dois grupos heterogêneos, sendo que cada grupo teve oportunidade de conversar 7 minutos com o casal. A conversa do meu grupo foi leve, sendo que os príncipes comentaram sobre as visitas que fizeram à América Latina e presentes que guardam e expõem com cuidado no palácio.

Como Matsumoto comentou após o encontro, além da honra de termos conversado com os príncipes, eles terem nos recebidos demonstra como o Japão valoriza a comunidade de descendentes fora do Japão.

Muitas pessoas se perguntam se é seguro visitar Fukushima. É necessário seguir algum preparo antes de ir pra lá? Quais têm sido as medidas do governo para reerguer a região após o desastre nuclear?

Essa pergunta é bem interessante e me lembra que um amigo comentou no Instagram que cada vez que mencionava alguma experiência em Fukushima ele remetia automaticamente ao acidente nuclear. Infelizmente, ainda há essa associação do nome Fukushima apenas ao desastre, que ainda tem consequências sociais e ambientais graves na região, mas ignora que a província não se resume ao acidente. Para começar, acho importante mencionar que Fukushima é o nome da província e da capital, como Rio de Janeiro e São Paulo aqui no Brasil, ou seja, não se trata de uma cidade apenas, visitamos a capital e o interior da província.

Ainda há áreas de risco e que a entrada é proibida, mas muitas outras áreas estão em processos de descontaminação e outras já foram até mesmo liberadas para suas rotinas. Visitamos a região de Aizu, a aldeia chamada Ouchijuku que preserva construções da época dos samurais, ficamos hospedados em uma tradicional pousada japonesa em frente a águas termais (Yunokami Onsen), e tivemos várias atividades em Otama, inclusive almoçamos com o prefeito e outras autoridades da cidade que ficou sob vigilância de possível radiação.

 

Paisagem do entorno da pousada na região de Yunokami Onsen, província de Fukushima

Vista do onsen da pousada

Todas essas visitas foram importantes para desmitificarmos a ideia de que Fukushima não pode voltar a ser uma região turística e manter suas atividades agrárias, sendo que os alimentos também são monitorados e atualmente não excedem mais o limite de radioatividade. Um dos pontos apresentados para nós desse reconhecimento de segurança foi o saquê de Fukushima que ganhou 5 vezes consecutivas como o melhor no Annual Japan Sake Awards. As fontes termais da província também são classificadas como uma das melhores do Japão e a província participa do roteiro que receberá os torneios de softball e baseball nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020 no Estádio de Baseball de Fukushima Azuma.

Entre as medidas do governo para a província estão a descontaminação dos solos e superfícies das áreas ainda restritas ou semi-restritas, sendo que até março de 2017 foram descontaminadas 11 cidades, vilas e aldeias, e no investimento e aceleração de tecnologias para promover energia renovável na região com foco no desenvolvimento industrial, como estações de energia solar, uso do calor solar e geração de energia eólica. O objetivo é que até 2020 40% da energia seja renovável e se atinja 100% em 2040.

Gosto de colecionar histórias de omotenashi. Poderia contar alguma vivência desse espírito de hospitalidade dos japoneses?

Acho que em Fukushima ficou mais evidente o omotenashi. Eu fiquei realmente encantada em como fomos bem recebidos desde o encontro com governador de Fukushima Masao Uchibori até nossa estadia na pousada tradicional japonesa que ficamos hospedados.

Por exemplo, a todo momento recebemos omiyage (lembrancinha). Do governador recebemos uma versão bem elegante do Akabeko, tradicional da região de Aizu na província. Trata-se de um brinquedo artesanal que representa uma lendária vaca vermelha que ajudou na construção de tempos séculos atrás. O nome remete a Akai, que é vermelho em japonês, e Beko que vem do dialeto da região para vaca. Outro presente muito interessante foi do prefeito de Otama que nos deu um par de Zori, um tradicional calçado japonês feito de palha, lembra um chinelinho.

Em outros lugares fomos igualmente bem recebidos. Em um mercado que visitamos nos ofereceram diversos alimentos para experimentar, sendo que foi notável como as verduras e frutas eram frescas. Lá, também tivemos a vivência em ajudar a fazer mochi e experimentar o resultado final com coberturas de sabores diferentes do que vemos no Brasil, como Kinako, que é uma farinha de soja assada e que dá um sabor incrível ao doce. Foi surpreendente em ver como os moradores, prefeito e autoridades de Otama estavam felizes que fomos conhecer e nos interessamos por toda cultura e comida típica da região.

Kátia fazendo mochi em visita à província de Fukushima

Qual o conselho que você pode dar para todos que querem tentar este mesmo edital?

Acho que antes de mais nada, os candidatos devem avaliar se eles realmente se enquadram na proposta deste programa, se é o que eles desejam conhecer e como eles vão retribuir essa oportunidade para comunidade nipo-brasileira.

Muitas pessoas acham que o programa é apenas para fazer turismo e podem se entediar com os encontros políticos e diplomáticos. Pessoalmente, esses encontros foram os mais enriquecedores. Fora do programa eu nunca teria a oportunidade de conhecer o trabalho e política japonesa com especialistas e autoridades locais.

Uma outra dica interessante é que os candidatos tenham conhecimento mínimo sobre política e diplomacia japonesa. Apesar de muitos dados básicos serem apresentados nas reuniões, toda experiência e debate fica mais interessante se o bolsista sabe minimamente sobre os tópicos abordados. Talvez sem esse interesse, a pessoa se decepcione com as atividades ou não aproveite da melhor forma essa uma semana.

Outra ponto importante é que a pessoa tenha participação de alguma forma na comunidade nipo-brasileira com a intenção de fortalecer laços. No fim, essa é proposta final do programa, levar jovens engajados que querem compartilhar essas experiências e aprendizados de alguma forma nas suas comunidades. Eu, por exemplo, estou aos poucos publicando vídeos que gravei no canal Zatsudan Now! com a edição da Marina Colletti.

Fora essa divulgação online, estou promovendo duas palestras em Campinas, interior de São Paulo, com organização do Benkyoukai da Unicamp, Seinenkai do Nipo, Seinenkai da Okinawa e JCI Campinas. A mesma palestra também será oferecida em São José dos Campos, cidade que sou natural, com participação do Bunkyo SJC, Igreja Holiness, Kaikan do Jardim Paraíso, Base Ball Club (BBC), Kaikan Orion, Kaikan Nikkey Satélite e a Igreja Imel.

O meu último conselho é que o candidato tenha avaliação pessoal contínua e perseverança. Só fui aprovada nesse programa após minha sexta tentativa e concorrendo com quase 400 candidatos para duas vagas de toda jurisdição do Consulado Geral do Japão em São Paulo, que é onde se concentra a maior comunidade de nikkeis da América Latina. Durante todas as minhas tentativas eu busquei entender motivos para eu não ter passado e como poderia me aprimorar e me envolver mais na comunidade nipo-brasileira. Foi com essas negativas que voltei a cursar língua japonesa, continuo prestando o Nouryoku Shiken, criei o canal e aprendi, principalmente com a sensei Bartira Ginde, etiqueta japonesa; por exemplo, como entregar e receber de forma respeitosa um cartão de visitas ou como me apresentar em uma entrevista ou reunião com japoneses, que faz toda a diferença em um programa de diplomacia. Enfim, acredito que esses dois pontos foram importantes para minha aprovação, consegui mostrar no decorrer de seis editais o meu crescimento, determinação, envolvimento na comunidade nipo-brasileira e que busco a cada dia aprender mais.

Mais informações sobre as palestras:

CAMPINAS

20 de abril (sexta) às 12h
Local: Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp (Anfiteatro do IEL)
Endereço: R. Sérgio Buarque de Holanda, 511 – Cidade Universitária, Campinas – SP
Organização: Benkyoukai CEL Unicamp

21 de abril (sábado) às 14h
Local: Instituto Cultural Nipo Brasileiro de Campinas (Salão de Eventos do Nipo)
Endereço: R. Camargo Paes, 118 – Jardim Guanabara, Campinas – SP
Organização: Seinenkai Nipo, Seinenkai Okinawa e JCI Campinas

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

28 de abril (sábado) às 14h
Local:  Igreja Holiness
Endereço: Rua Ilha do Norte, 387, Jardim Paraíso – São José dos Campos/SP
Organização: Bunkyo SJC