Procurando um lugar para jantar rapidinho, dei de cara com um lámen-ya do bairro que ainda não tinha experimentado. Entrei, escolhi na máquina um tsukemen apimentado, depositei o dinheiro, peguei o troco e o tíquete com o pedido, que dei nas mãos do simpático senhor que estava atrás do balcão. Ele apontou qual seria o meu lugar, mas, antes de sentar, vi que tinha um elástico de cabelo em cima da bancada.
Por mais que ele estivesse embaladinho num plástico, logo pensei que alguém o tivesse esquecido por lá. Mas, numa fração de segundos, meu cérebro me avisou de que eu estava no Japão e que dificilmente o atendente teria me oferecido aquele lugar sabendo que um objeto esquecido estava posicionado bem na minha frente.
Junto do elástico, tinha um babador de papel dobrado (desses que vemos em restaurantes de massas), e, juntando uma coisa com a outra, finalmente entendi: além de me oferecer o babador para finalidades óbvias, o atendente tinha deixado o elástico para que o meu cabelo não me atrapalhasse na hora de degustar o lámen.
Apenas morri de amores <3
Um acessório simples, todo preto, desses que pagamos baratinho, trazia em si um significado muito maior: “queremos que você aproveite ao máximo a experiência de degustar a nossa comida e que não passe por nenhum desconforto”. Omotenashi é isso. É antever as necessidades e se preocupar com o bem-estar dos outros.
Não são trens-bala, assentos de privada que esquentam, nem chaveiros de pikachu. Para mim, são pequenas ações como essa que fazem do Japão um país inigualável.
E, como se não bastasse, o tsukemen estava delicioso!