O personagem principal da cerimônia do chá também é conhecido pelas suas propriedades terapêuticas e pode ser encontrado em diversas receitas no Japão

Quem me segue lá no Instagram (@peachnojapao) já sabe: sou uma adoradora de matchá. O matchá é um pó obtido a partir de um processo de cultivo bem delicado da Camellia sinensis, planta que dá origem a todas as variedades de chá: verde, preto, oolong, etc – tudo vai depender do nível de oxidação e do preparo das folhas. A diferença do matchá é que ele é extraído a partir de folhas mais jovens que, nas 3 semanas anteriores à colheita, são protegidas da exposição direta ao sol. Esse procedimento dá uma bombada no nível de clorofila porque força a planta a produzi-la por conta própria, devido à ausência de luz solar. É por isso que o matchá tem uma cor verde vibrante, parecendo até um corante em pó. As folhas, escolhidas criteriosamente, são cozidas no vapor e moídas finamente. Esse preparo quase artesanal justifica o seu preço elevado.

Seu sabor é adocicado e intenso, podendo ser levemente amargo. Dica: é possível identificar um bom matchá pela cor: ele é verde clorofila mesmo! Um verde vibrante, brilhante, radiante! Olhem essa gradação de cores para ver a diferença:

O matchá de qualidade inferior chega a ser um pouco amarelado

O matchá tem alta concentração de antioxidantes, acelera a queima de calorias e ajuda a emagrecer. Além disso, por conter o aminoácido L-teanina, ajuda a promover relaxamento, ao mesmo tempo em que aumenta os níveis de concentração. Por ser rico em todas essas propriedades, ele se tornou um queridinho no mundo fitness de uns tempos pra cá.

Além de ser tomado como chá, o pó verde é ingrediente para uma infinidade de receitas: bolos, chocolates, biscoitos, sorvetes, bebidas, cremes, macarons… Nem preciso falar que experimento tudo que encontro pela frente.

Dorayaki com massa de matchá: uma delícia! Comecei a ficar fascinada por esse doce depois de assistir o filme Sabor da Vida, da Naomi Kawase, que mostra todo o amor e dedicação de uma senhora ao preparar o an, a pasta de feijão azuki usada como recheio.

Matchá latte, do Doutor – rede de cafés bem conhecida no Japão. O matchá também está presente no Starbucks e outras cafeterias mas, quem quiser degustar um matchá latte no conforto do seu lar, pode procurar cápsulas de Dolce Gusto nesse sabor. As konbinis, lojas de conveniência, sempre oferecem alguma opção de bolachinhas ou chocolates, como o famoso Kit Kat de chá verde.

Esse é o bolo inesquecível que fez parte do meu jantar de princesa, em Kitakami: leve e adocicado na medida certa, combinado com sabores de frutas variadas. Uma das sobremesas mais gostosas que já provei!

Toda concentrada, testando minhas habilidades numa aula sobre cerimônia do chá, em Kyoto: é preciso misturar o pó na água de forma rápida e constante para obter essa espuminha. Tudo o que a instrutora falava pra mim era: faster, faster faster!

Se quiserem ver mais receitas feitas a partir de matchá, recomendo uma visita no Instagram do @matchaeologist. Já adianto que é enlouquecedor!

E vocês, já provaram matchá em quê? 🙂