Mesmo sem nunca ter passado a virada do ano no Japão, todos os anos consigo ter um gostinho de uma das tradições de ano novo do país: apreciar o hatsuhinode, ou seja, a primeira aparição do sol.   

Numa tradição que vem se repetindo nos últimos anos, logo nas primeiras horas da manhã do dia 1° de janeiro, recebo uma foto do primeiro nascer do sol, diretamente da terra do sol nascente. E nesse início de 2020, não foi diferente. Haruna, amiga japonesa que sempre me ensina muita coisa, gentilmente compartilhou comigo esse momento da aparição do sol, observado da praia de Fujisawa, em Kanagawa, sua terra natal. 


Em 2020, o primeiro amanhecer foi tímido, mas os “toshigami” não deixaram de aparecer 🙂 (foto: Haruna Yamazaki)

Para os japoneses, esse ritual de observar a chegada dos primeiros raios tem um significado todo especial: é nesse momento que os “toshigami”, divindades do ano novo, descem ao plano terreno para semear boas energias, sorte e felicidade. Dizem que, se fizermos um pedido nesse momento de contemplação ao sol, nosso desejo se tornará realidade.

Em meio a tantos votos, desejos e resoluções, é bonito ver que esse comecinho de ano é um momento em que tudo se torna possível e alcançável. Seja pulando ondas ou vendo o nascer do sol, acho que rituais são importantes para dar um reset nos nossos hábitos, renovar nossas aspirações e restabelecer nossa esperança.

Sinto que 2020 vai ser um ano poderoso, de muito trabalho, conhecimento e transformação. Se os toshigami puderem dar uma forcinha, o que eu pediria para eles seria energia. Do resto, a gente corre atrás.

Haruna e eu curtindo o pôr do sol, no verão de 2019, na praia de Kugenuma, em Fujisawa, perto de Tóquio 🙂