Aventurar-se pelo universo do saquê pode ser um pouco intimidador para os iniciantes, mas conhecer algumas dicas básicas torna esta experiência muito mais interessante e gostosa!
Saquê vai muito além da bebida que usamos para fazer uma versão mais light de caipirinha. Tomado puro, um bom saquê é delicioso. Mas, perdida em meio à imensa variedade de rótulos que encontramos aqui no Japão e sem entender o significado de termos como “junmai”, “ginjo” e “daiginjo”, não tinha ideia de como escolher uma garrafa de boa qualidade e, melhor ainda, que fosse de encontro ao meu paladar.
Para tirar as minhas dúvidas, marquei um encontro com a Satoko Utsugi, uma sommelier de saquê que propõe a turistas uma introdução ao mundo da bebida da forma mais interessante possível: fazendo um tour de degustação por Tóquio.
Começamos o nosso papo no Japan Sake and Shochu Information Center, próximo à estação de Shimbashi, onde ela me explicou sobre a fabricação da bebida e me deu dicas de como entender os rótulos das garrafas de saquê, mesmo se não soubermos ler kanji. Em seguida, ela me levou ao Orihara Shoten, um lugarzinho INCRÍVEL, com uma infinidade de garrafas, prontinhas para serem provadas. Quem já me acompanha há um tempo, sabe que eu adoro esses cantinhos menos turísticos, que descobrimos na companhia de locais. Esse lugar com clima de boteco foi um verdadeiro achado!
Confiram o vídeo e se preparem para anotar as dicas 😉
E aqui vão algumas informações extras:
1. Saquê x nihonshu
Se quiser tomar um saquê num bar ou restaurante no Japão, você deve pedir por “nihonshu”, que, em japonês, significa “bebida alcoólica do Japão”. Em japonês, a palavra “sake” indica bebida alcoólica em geral.
2. Amakuchi x karakuchi
Quando pedimos por uma recomendação de nihonshu seja numa loja ou num restaurante, com muita frequência ouvimos uma pergunta de volta: “amakuchi” ou “karakuchi”? Amakuchi seria paladar doce e karakuchi significa paladar seco. Segundo a Satoko, essa seria a forma mais fácil de identificar o paladar de alguém, apesar de nem sempre os saquês serem facilmente classificados como doces ou secos, já que o sabor pode ser muito mais rico e complexo.
3. Junmai (puro arroz) x saquês com álcool adicionado
Além de considerar o grau de polimento do arroz, essa é outra forma de classificar os saquês. O álcool presente no tipo junmai é totalmente proveniente da fermentação do arroz, enquanto na outra variedade adiciona-se uma certa quantidade de álcool destilado como forma de ajustar levemente o sabor, aroma e corpo.
4. Ginjo e daiginjo
Ambos são tipos de saquês de qualidade superior, sendo que o grau de polimento do arroz do ginjo é de pelo menos 60% e o do daiginjo é de pelo menos 50% – lembrando que quanto menor o percentual, mais o grão de arroz foi polido (e, consequentemente, maior é o seu preço $$).
5. Conservação
A Satoko diz que, ao contrário do que muitas pessoas acham, o saquê não precisa ser consumido de uma vez só depois de aberto. Se a garrafa não chegou ao final, o ideal é armazená-la na geladeira que, assim, ele ainda vai durar por algum tempo. Segundo ela, o sabor vai mudar gradualmente, mas perceber essas nuances também faz parte da experiência de apreciar a bebida.
6. Umami
A palavra que é usada pela sommelier para descrever o sabor do saquê é muito familiar para os japoneses. Umami é tido como o quinto gosto básico reconhecido pelo paladar, além de doce, salgado, amargo e azedo. Literalmente, significa “sabor gostoso”. Só para dar alguns exemplos, encontramos o umami no dashi, caldo feito a partir da alga kombu, que está presente em diversas receitas japonesas, e também no shoyu.
7. Degustação de saquê em Tóquio, com Satoko Utsugi – sommelier de saquê
Fazer essa degustação de saquê com a Satoko valeu MUITO a pena e indico a todos que tiverem curiosidade em mergulhar nesse mundo. Ela oferece tours em Tóquio como este do vídeo via Airbnb Experience, tanto em inglês quanto em japonês. Mais informações aqui e aqui.
Muito obrigada a Satoko, que foi super atenciosa durante todas as etapas de realização desse vídeo! E agradeço também o Daniel Baeder pelo super trabalho atrás das câmeras e, claro, meu parceiraço Roberto Maxwell, que vocês já conhecem de outros carnavais… O Roberto me ajudou demais, do começo ao fim e eu não estaria tão contente com o resultado se não fosse por ele. Valeu! Para produzir este material, contei com o apoio da Japan Travel – site recheado de dicas do Japão, incluindo as minhas! 😉