Enquanto fazia uma pesquisa para escrever esse post sobre matchá, aprendi um provérbio japonês que achei muito bonito: ichi go ichi e (一期一会). São apenas 4 caracteres que transmitem o conceito de transitoriedade do zen budismo de uma forma bastante simples e profunda: os encontros na vida são únicos.

Por mais que possamos repetir encontros com as mesmas pessoas no mesmo lugar – almoço de família na casa dos pais, jantar com amigos naquele restaurante de sempre, café com colegas na pausa do trabalho – as condições nunca vão ser as mesmas. Os papos mudam, os humores variam e o entorno é diferente pois tudo está em constante mudança. Por isso, devemos valorizar cada momento que passamos com alguém, cada conversa, cada reunião entre amigos, cada encontro de família ou cada vez que conhecemos uma pessoa nova, pois aquele momento não vai se repetir.

Essa filosofia tem origem na cerimônia do chá, ritual que demonstra inúmeras sutilezas e tradições da cultura japonesa. Nesse contexto, “ichi go ichi e” é um lembrete aos participantes de desfrutar daquele encontro de maneira comprometida, apreciando o trabalho do mestre que se esforça para conduzir a cerimônia de modo a torná-la uma experiência especial aos envolvidos.

Sem mesmo conhecer esse provérbio, histórias de encontros únicos sempre estiveram presentes aqui no blog. Foi o caso do Suzuki-san, o senhor gentil que servia chá numa casinha no meio de uma trilha, da Aiko-san, dona de um bar de “entretenimento adulto” (onde eu fui parar sem querer rs), da garçonete que fez uma pesquisa para poder me esclarecer uma dúvida de japonês, e, mais recentemente, da Ruka, minha-melhor-amiga-de-um-único-dia.

Na falta de uma tradução melhor (juro que andei quebrando a cabeça pra explicar esses 4 kanjis), acho que cabe citar Vinícius de Moraes: a vida é a arte dos encontros – então larga esse celular e aproveita pra conversar com quem está do seu lado! 😉